Compreendendo que as rezadeiras, por muitos também chamadas de curandeiras ou benzedeiras, são uma fonte de construção da história, escolhi suas práticas como objeto de estudo, seus cantos, ritos, orações e curas. A pesquisa está centrada no município de Jaguaruana, especificamente nos distritos de São José do Lagamar, Giqui e Antonópolis, tendo como recorte temporal as décadas de 1950 a 2010, tido que boa parte delas iniciou sua trajetória de curar nesse período. Procuro nesse trabalho perceber a rede de relações que se estabelece entre a curandeira e o doente, as outras funções que elas exercem, como por exemplo, serem além de rezadeiras também parteiras, a formação das novas rezadeiras, semelhanças e diferenças de ritos e tentar compreender a relação da cura com a igreja. Percebo que a história e a historiografia tem uma dívida para com essas agentes da história, percebi isso em uma fala de uma das minhas entrevistadas, que assim me disse: "Um fi, não deixe eu morrer sem que ninguém lembre de mim, o que eu fiz na minha vida, os minino que butei no mundo, as ferida de gente que sarei ", assim me relatou Maria Evangelista de Jesus, rezadeira, parteira e mãe de família com 92 anos. Assim pretendo estudá-las e compreender o que elas fazem e como fazem e qual a aceitação por parte do povo.