"PRA CURAR, TEM QUE TER FÉ": REZADEIRAS, BENZEDEIRAS E CURANDEIRAS NUMA PERSPECTIVA HISTÓRICA (1980-1990)

RONALD FELIPE BARRETO DE SOUSA

Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

Compreendendo que as rezadeiras, por muitos também chamadas de curandeiras ou benzedeiras, são uma fonte de construção da história, escolhi suas práticas como objeto de estudo, seus cantos, ritos, orações e curas. A pesquisa está centrada no município de Jaguaruana, especificamente nos distritos de São José do Lagamar, Giqui e Antonópolis, tendo como recorte temporal as décadas de 1950 a 2010, tido que boa parte delas iniciou sua trajetória de curar nesse período. Procuro nesse trabalho perceber a rede de relações que se estabelece entre a curandeira e o doente, as outras funções que elas exercem, como por exemplo, serem além de rezadeiras também parteiras, a formação das novas rezadeiras, semelhanças e diferenças de ritos e tentar compreender a relação da cura com a igreja. Percebo que a história e a historiografia tem uma dívida para com essas agentes da história, percebi isso em uma fala de uma das minhas entrevistadas, que assim me disse: "Um fi, não deixe eu morrer sem que ninguém lembre de mim, o que eu fiz na minha vida, os minino que butei no mundo, as ferida de gente que sarei ", assim me relatou Maria Evangelista de Jesus, rezadeira, parteira e mãe de família com 92 anos. Assim pretendo estudá-las e compreender o que elas fazem e como fazem e qual a aceitação por parte do povo.