Maria Agostinho dos Santos foi violentamente assassinada na zona rural do município de Russas-CE, no ano de 1893. O crime, segundo os relatos orais dos moradores da localidade Pitombeira II, chocou a sociedade da época. Maria Agostinho era também conhecida como Maria das Quengas. Relata a tradição oral que a alcunha que atribuíram à Maria está relacionado ao fato de que ela costumava carregar, amarradas à cintura, "quengas" de côco. O brutal assassinato do qual foi vítima transformou Maria, em uma espécie de mártir. Ao morrer defendendo sua pureza virginal, Maria agrega elementos que colaborarão para o surgimento de um tímido culto à figura. Assim no decorrer de todo século XX, foi sendo construída e atribuída, por algumas pessoas que conhecem a história de Maria das Quengas, uma identidade de "santa". A ela atribuem poderes milagrosos e vários já são os relatos de graças alcançadas. Este culto popular vem sendo reconstruído/reelaborado ao longo das gerações de devotos através da oralidade, sendo que cada geração incorpora ao culto popular os anseios e angústias de seu tempo e espaço, buscando nessa relação com a martirizada Maria das Quengas um contato mais direto com o sagrado, esperando receber o socorro para os problemas encontrados na busca pela sobrevivência no sertão nordestino, onde a chamada religiosidade popular é muito marcante e presente na vida dos sertanejos. A presente pesquisa ainda está em seu estágio inicial, sendo desenvolvida no curso de História da FAFIDAM- UECE. As premissas que norteiam este projeto são compostas por levantamentos preliminares. Portanto, a proposta inicial é analisar a construção da identidade de "santa" atribuída à Maria Agostinho dos Santos, conhecida por seus devotos simplesmente como Maria das Quengas.