RESUMO
A atual pesquisa discute, a ação da memória na vida social da comunidade do Distrito de Monte Grave (Milhã/CE), considerando o lugar que a Associação nomeada Centro Social de Monte Grave (CSMG) teve na constituição da comunidade. O CSMG é uma instituição filantrópica sem fins vantajosos que vem realizando um trabalho de longo alcance social nas áreas de saúde, educação, associativismo, agricultura, ação social e lazer. A partir da análise da documentação da Associação tais como, atas de reuniões, estatuto e documentos afins, esquadrinhamos entender o emaranhado de lembranças que envolvem este espaço, decodificando assim os prováveis enigmas ocultados pelo tempo. É nosso intento ainda, compreender o olhar da comunidade para as alterações no cenário físico e social do distrito. Dessa forma, além dos documentos escritos será também de grande valia a articulação com as memórias de membros da Diretoria e sócios da Associação. Por conseguinte, escolhemos por utilizar nessa pesquisa a metodologia da história oral, procurando captar através de entrevistas os vários olhares, entrevistando pessoas diferenciadas com vivências díspares, para que se possa dar visibilidade ao maior número possível de visões sobre o CSMG, provendo subsídios para pensar como gerações e indivíduos distintos percebiam/percebem aquela comunidade. É importante atinar que a construção do espaço, sua alteração de acanhado povoado em um pequeno centro de atividades comerciais e/ou sociais ocasionava sensações, percepções e a elaboração de representações para aqueles que vivenciaram o processo de mudança da localidade. Assim, nos questionamos como esses sujeitos se sentem em recordar sua localidade antes das conquistas, durante o ápice de suas atividades e como percebem sua localidade no presente. Faz-se necessário entender o processo de constituição da associação e a sua dinâmica social, sobretudo no que se refere à memória do povo desta região, assim como o seu envolvimento no correspondente as lutas políticas travadas, que culminaram na desarticulação das atividades e no fechamento destes estabelecimentos. Entendemos a memória como um campo de embate, onde lembrança e esquecimento coexistem, revelando experiências individuais e coletivas de sujeitos ativos de sua própria história, mas inseridos em um contexto familiar, social e nacional.