O trabalho objetiva a exposição sucinta de algumas questões (colocadas pela análise das narrativas orais) referentes à experiência de determinados sujeitos em torno da Cantoria de Viola desenvolvida na cidade de Quixadá-Ce. Abandonando abstrações como o "Homem-Rural" identificado enquanto sinônimo do "puro", do "natural", do "enraizado na tradição" (muito comum ainda em boa parte da literatura de referência sobre o tema da Cantoria de Viola) buscou-se uma imagem mais realista do tipo de racionalidade seletiva operada pelos indivíduos reais. Isso nos tem levado, por conseguinte, a refletir sobre a necessidade de avaliar melhor a dicotomia campo/cidade, entendida como formas "naturalmente" excludentes de organização da experiência social; procurando identificar sobretudo os seus pontos de entrecruzamentos e como esses se encontram presentes na memória e subjetividade desses sujeitos. Hoje, com a crescente revalorização do elemento individual pela historiografia a pesquisa com fontes orais tem demonstrado uma enorme fecundidade mormente por permitir lidar de maneira articulada com memórias comumente abafadas e silenciadas por processos socais e hegemônicos mais amplos, nesse sentido recorremos à História Oral enquanto nosso principal instrumento metodológico.