O processo de colonização da capitania do Ceará recebeu impulso com a expansão do criatório de gado e consolidou-se na medida em que os colonos investiram esforços em povoar as terras dos sertões. A administração da Coroa portuguesa, em favor dessa empreitada privada, realizou os registros de doações e posses de terras, denominados de Cartas de Sesmarias. Os pedidos de terras foram efetivados a partir do final do século XVII, em sua maioria por homens, geralmente pertencentes a um mesmo núcleo familiar (pai, filho e genro). Entretanto, encontramos também, Cartas de Sesmarias partindo de mulheres que se denominavam "Donas viúvas" e representantes de seus falecidos maridos. Estas vinham perante as autoridades requerer terras recebidas de herança. A presente comunicação tem por objetivo principal analisar as ações das "Donas viúvas" no século XVIII, perceber as dinâmicas e práticas construídas por elas, bem como as suas estratégias para conservar e/ou aumentar o patrimônio herdado, em meio a sociedade patriarcal. O corpo documental é composto por inventários, testamentos e Cartas de Sesmarias, presentes no Arquivo Público do Estado do Ceará-APEC.