Pensar o Nordeste, como bem escreveu Durval Muniz de Albuquerque Júnior, é analisar, para além de uma olhadela no tecido retalhado da narrativa histórica, uma gama de discursos que tentam construir e avultar num discurso institucional e legitimador determinadas características para essa região. Assim, por meio do projeto PIBID - História UFC foi desenvolvida uma atividade de ensino/aprendizagem com alunos do ensino médio na escola Liceu de Messejana que discutisse a "invenção do Nordeste" na perspectiva utilizada pelo citado historiador. Ao partir de uma imagem estereotipada desta região, sobretudo do Ceará e do povo cearense, refletimos sobre os vários discursos que instituem uma determinada forma de ver e falar essa localidade e seus habitantes por meio de diversas linguagens que estão relacionadas em uma teia de relações de poder e sentido. Os alunos dialogaram com fontes variadas apresentadas pelos bolsistas, como literárias, ao ser analisada parte da obra de Rachel de Queiroz (O quinze), audiovisuais, longas-metragens (O alto da compadecida e A Lisbela e o prisioneiro), e musicais, sobretudo, a música Asa branca, considerada por alguns como "o hino do nordeste", de Luiz Gonzaga. Ademais, a atividade foi pensada em uma proposta interdisciplinar com os PIBIDS de História e Direitos Humanos e que, para tal, foram utilizados como norteadoras as obras "A invenção do Nordeste e outras artes" e "A invenção do falo" do historiador Durval Muniz de Albuquerque Júnior, além de outras que nos auxiliaram a pensar a sua realização. Esta, não menos importante que outros fatores estudados neste artigo, é importante para pensarmos o saber histórico na sala de aula e qual tipo de relação deve ter o professor e o aluno, sendo seriamente aqui considerada a atitude teórico-metodológica que entenda o aluno como sujeito ativo no processo de ensino-aprendizagem.