A presente pesquisa tem por escopo analisar a construção das memórias em torno da figura do mestre de jangada Eremilson, que realizou uma viagem de jangada, de Fortaleza a São Paulo, em 1972, a fim de lutar pela aposentadoria dos pescadores, tornando-o assim símbolo das lutas sociais da categoria. Dessa forma, esse trabalho objetiva perceber de que modo a imagem desse pescador é apropriada pelo titular da colônia-Z8 como referencia de luta social e, como, em detrimento de outros sujeitos históricos também envolvidos com viagens de jangadas com fins reivindicatórios, é eleito Eremilson como o principal símbolo. Utilizamos como fontes, especialmente, entrevistas orais realizadas, a principio, com presidente da colônia-Z8, onde buscamos, nas suas narrativas, decompor o "discurso" e a imagem construída em torno da figura do pescador Eremilson, geralmente concebida como a de um homem que "visava o social" e que atualmente é merecedor de homenagens, tais como intitular o auditório da Colônia com seu nome e a intenção de fixar um busto em sua memória no local.