Esta pesquisa tem por objetivo o estudo biográfico em torno da pessoa de Raimundo Girão, político, intelectual, escritor e memorialista. RG nasceu em 1990, num lugarejo denominado Pastestina, no interior da cidade de Morada Nova, pode-se destacar que RG está diretamente ligado a política desde sua descendencia, sua família de classe abastada, girava em torno das práticas coronelistas no inicio do sec. XX, até os dias atuais o Girões se encontram encaixados na política local de Morada Nova.Desde muito cedo, RG demonstrou interesse pelos estudos, aos 20 anos ingressou na faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará, o que representou um marco, do que viria a ser uma vida marcada por eventos e encontros, bem como socialização e discursos intelectuais. Na sua trajetória política, foi prefeito de Fortaleza e exerceu outros diversos cargos, como juiz do tribunal de contas do Ceará e secretário geral da prefeitura. Na vida intelectual, Raimundo Girão participou ativamente de grupos sociais e intelectuais, no qual irá ser primordial no decorrer desta pesquisa, como sua participação efetiva no Rotary Club de Fortaleza, Academia Cearense de Letras e Instituto Histórico do Ceará. Como escritor, destacou-se como pioneiro em escrever sobre a história do Ceará, principalmente sobre economia e seca. É importante lembrar, e será pautada nesta pesquisa os traços memorialistas de RG, este escreveu sobre sua própria história, suas experiências enquanto menino, em seu livro, " Palestina, uma agulha e as saudades", escreveu sobre sua cidade natal, como " Pequena Galeria Moradanovense" em por fim, também era biográfo, escreveu biografias inclusive sobre coronéis de Morada Nova. Assim podemos destacar que o próprio RG tinha preocupação em deixar arquivado sua própria memória.Enfim, o principal recorte deste projeto é analisaros diferentes olhares em torno de Raimundo Girão, os atores sociais responsáveis por ajudar neste "enquadramento da memória", enfatizando o porque da necessidade e a preocupação em se guardar essa memória da pessoa de RG, não só pela família e amigos, mas pelos próprios orgãos do qual ele prestou serviço, podemos perceber isto, por exemplo, nas revistas que comemoraram seu centenário de vida, etc. Enfim destacar como as memórias coletivas vão sendo construídas em torno do universo político, social e cultural do qual, Raimundo Girão vivenciou.