As representações de Brasil no filme Rio.
Kacio Sayd Ribeiro Fernandes*
Email: kaciosayd@yahoo.com.br
Resumo.
No presente artigo intenta-se investigar sobre as representações de Brasil no filme Rio, do diretor Carlos Saldanha. Trata-se de uma pesquisa cinematográfica ou "historiofótica" (historiophoty), assim como bibliográfica, pois são diversos os filmes que se apropriam de imagens de Brasil e também são muitas as produções escritas que abordam a temática da brasilidade; sobre o que caracteriza o Brasil e os brasileiros. O foco de minha pesquisa será nas imagens apropriadas no filme Rio. Os outros filmes apesar de importantes serviram apenas em um plano secundário, já que as imagens instrumentalizadas pelo diretor Carlos Saldanha tem uma historicidade, e sabemos que essas imagens não foram tiradas ou inventadas do nada, desse modo, as imagens em outras películas não podem ser ignoradas. Contudo, minha principal proposta é perceber de que maneira essas imagens do filme Rio são apresentadas ou que tipo de discurso elas apresentam, e que subsídios fornecem para que seja efetuado determinado tipo de analise. Devo esclarecer que não pretendo fazer discussões sobre o que é o Brasil ou os brasileiros, e sim como estes estão representados no filme Rio. Não menos importantes são as pesquisas do antropólogo Roberto da Matta, bastante úteis para viabilizar e facilitar esta pesquisa. Não podemos ignorar que o cinema possui uma linguagem própria, e que precisamos saber analisá-la, assim a leitura metodológica de teóricos que trabalham com o cinema como Marc Ferro, Miriam de Souza Rossini, Eduardo Morettin etc. Será imprescindível. Além de um produtor da História, um filme é uma legitima fonte histórica. Pelo simples fato de provocar reflexões históricas e pelo seu conteúdo de caráter dual, isto é, de conter informações sobre o período histórico e/ou recorte cronológico que está sendo retratado na película, e sobre o contexto histórico onde foi produzido. Esta pesquisa tem como objetivo principal identificar que tipos de imagens estão sendo criadas e propagadas sobre o Brasil, inclusive de detectar e criticar os clichês historicamente criados e que persistem ainda hoje, por que apesar de o filme ter como título Rio, o autor se apropria de personagens e características que não são inerentes apenas ao Rio de Janeiro e sim de várias outras regiões do Brasil. Percebe-se claramente por trás desse discurso um viés que sutilmente tenta privilegiar e "vender" determinadas regiões e culturas como sendo predominantes nacionalmente.