"O Nordeste": Abordagem de um jornal católico sobre o governo e a figura de João Goulart.
Dáfany de França Gomes
dafanyfranca@hotmail.com
Após a renúncia de Jânio Quadros à presidência do Brasil, tomou posse João Goulart, conhecido popularmente por Jango, em 1961, que era vice-presidente e assumiu em um período em que o país encontrava-se política e economicamente instável. Seu governo foi marcado por uma dubiedade de poder, do qual oscilava entre a posição política de direita e a de esquerda. Jango tentou implantar as reformas de base que seguia a sistemática de tentativa de modernização iniciada em governos anteriores, porém essas reformas não foram bem vistas por latifundiários e políticos que faziam oposição ao seu governo, dos quais compunham a elite brasileira. Os opositores utilizavam principalmente da imprensa para criticar e formar a opinião dos leitores contra o governo de Jango e sua própria figura, associando-o ao comunismo que na época era inimigo da Igreja Católica e do próprio país, já que este era influenciado pela religião. Portanto, diante desse quadro político, temos como objetivo apontar a opinião do jornal "O Nordeste", que era um jornal católico, em relação a esse governo a fim de identificarmos a sua contribuição para a deposição de João Goulart, absorvendo, assim, a opinião da Igreja Católica e mostrar como o jornal pode ser utilizado como formador de opiniões, utilizando como metodologia a analise de artigos de opinião escritos por redatores do periódico e de noticias que trazem informações sobre o governo e a oposição, usando como base o conceito de campo e das relações de comunicação de Bordieu. Nosso recorte temporal abrange os anos de 1962 a 1964, onde respectivamente iniciam-se as criticas em nossa fonte e encerra-se com a deposição de João Goulart e o golpe de 1964.