O presente artigo busca discutir as representações da cidade de Fortaleza por meio das pinturas de Antônio Bandeira, pintor cearense abstracionista, que entre as décadas de 1940 e 1960 se dedicou a pintar entre outros aspectos sua cidade natal, lugar que deixou cedo para estudar fora. Bandeira criou suas regras a partir de suas vivencias e sensações, pintava um mundo de sentidos que o permitia enxergar a cidade, segundo a sua realidade, atribuído significados a traços e cores, ao 'mundo real'. A partir do olhar de Bandeira podemos observar mudanças, estrutura, espaços e sociabilidades na capital do Ceará durante o recorte da pesquisa. As fontes usadas para compor este trabalho serão os quadros "Morro do Moinho" de 1942, "Desempregados" de 1944 e "Cidade Queimada de Sol" de 1959, ano em que foi escrito, também por Antônio Bandeira,um poema com o mesmo nome do quadro para complementar a homenagem à Fortaleza. Além das pinturas, o jornal UNITÁRIO também é usado como fonte deste trabalho, assim como, o acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade Federal do Ceará. É por meio dos estudos do conceito de representação de Roger Chartier e de Sensibilidades de Sandra Jatahy Pesavento que venho compor este estudo sobre a representação da cidade de Fortaleza entre os anos de 1942 e 1963 que, sob os traços de Bandeira, ganha cor, forma e textura.