Os sujeitos e ações analisados neste trabalho são frutos de uma sociedade na qual a valentia e a honra se confundiam em práticas e discursos. Explícitas em um período marcado pela violência e fraudes perpetradas pelos coronéis e seus capangas, a distância entre crime e justiça é bastante tênue. Desse modo, este artigo buscou analisar os acontecimentos desencadeados em Senador Pompeu (CE) no ano de 1928, quando o coronel José Ferreira Magalhães, conhecido como Zequinha Contendas, foi desarmado por um sargento da capital ali presente. O feito deixou o chefe local profundamente irritado e, sentindo a sua honra ferida, jurou atacar a cidade de Senador Pompeu. Nos valemos das narrativas jornalísticas para (re)compor esses momentos de tensão e instabilidades no cotidiano da cidade. Otaviano Vieria Junior (2004) e Hélio Furtado (2018) nos ajudaram a pensar sobre as tramas de violência, valentia e honra na sociedade cearense do período. Discutimos, ainda, com Tania De Luca (2008) e Marialva Barbosa (2007) atentando para os interesses formulados diante dessas matérias, que vão muito além do "simples noticiar" e da ampliação das suas vendas. Elas tornam-se instrumentos importantes no cenário político como formas de reclamar justiça, segurança e civilidade.