ESCRITA DA HISTÓRIA, SENSIBILIDADE E IMAGINAÇÃO A PARTIR DE COSTUMES EM COMUM DE E. P. THOMPSON

SAULO ARTUR CORDEIRO LEITE JULIÃO

Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

O historiador inglês E. P. Thompson referiu-se repetidas vezes à importância da sensibilidade e da imaginação. Conforme relata seu ex-aluno e amigo Peter Linebaugh, para Thompson, o maior pecado do stalinismo havia sido o fato de tolher e padronizar a sensibilidade e a imaginação revolucionárias. De que modo essa relação com o sensível e com a imaginação incidiu na construção de sua narrativa historiográfica? A fim de responder a tal questionamento, este estudo se dedica a pensar o "estilo emocional" (conceituado por Peter Gay) de Thompson tal como se manifesta na construção narrativa de Costumes em comum, obra na qual o exercício de imaginação daquele autor se fazia fundamental, haja vista sua intenção de oferecer alguma resposta ao recente debacle do mundo soviético, resposta essa que dependia de esforço de imaginação utópica que desvelasse novas possibilidades de futuro. Em que medida a escrita da história poderia se relacionar com a imaginação de novos futuros possíveis? De que modo a sensibilidade romântico-revolucionária de Thompson incide sobre sua forma de construir seu objeto de estudo? Busca-se na presente comunicação oferecer algumas respostas iniciais a essas complexas indagações.