MEMÓRIA SOCIAL TENSIONADA: COTIDIANO E RACIALIZAÇÃO DOS/DAS MIGRANTES CEARENSES EM SÃO PAULO (1972-2009)

VILARIN BARBOSA BARROS

Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

Ao focalizar a memória social através de arquivos pessoais de populares, pensando os sujeitos que partiram do Sertão Central cearense para São Paulo e depois retornaram à terra natal, é possível rastrear uma rede de relações de e/imigrantes tendo como fonte principal entrevistas e cartas. Através destas escrituras das mobilidades encontrados em arquivos pessoais, é possível captar sensibilidades, emoções, sociabilidades e afetividades, observando indivíduos e as estruturas objetivas que marcaram a vida de sujeitos envolvidos em um processo de deslocamento. Dessa forma, observa-se também as tensões cotidianas encontradas nas narrativas e discursos, envolvendo uma trama que diz da racialização dos corpos dos(as) migrantes sertanejos(as) ao viverem em São Paulo. Todavia, quais dispositivos de poder foram acionados nessa experiência de migração? Até que ponto é possível pensar migração, memória, ressentimento e identidade racial? Por enquanto, é válido dizer que será observado como eles/elas recordam suas experiências de vida, envoltos em estranhamentos culturais e discriminações raciais, mas também, como escreveram sobre si contando suas histórias mandando notícias aos familiares e conterrâneos através de cartas, de quando viviam fora do lugar partido.