Política, partidos e família: Santana do Acaraú e o bipartidarismo.
Rafael Júnior dos Santos
O presente trabalho busca problematizar os conflitos e tensões que permeiam as tramas políticas na cidade de Santana do Acaraú, observando as redes de sociabilidade nas quais os grupos políticos e seus respectivos atores estavam inscritos e como cada um se articulava na composição dos partidos políticos que dariam forma a ARENA e ao MDB no município durante o regime militar. Marcada por relações díspares e ambíguas tecidas a partir de estratégias e táticas de poder envolvendo dois principais grupos políticos, ligados por relações de parentesco, a história política de Santana do Acaraú apresenta-se como espaço de articulação para pensarmos as redes de sociabilidade que faz com que determinados grupos ou sujeitos mantenham-se por tanto tempo no poder. ´Problematizamos ainda, a partir de uma revisão historiográfica, os antecedentes políticos da cidade, a formação dos partidos políticos a partir do Ato Institucional na perspectiva de pensar a história dos partidos políticos na Ditadura. Ademais, apresentar os grupos políticos que teatralizavam o poder na cidade também faz parte da seara desta análise. Dentre estes grupos, cabe destacar o grupo liderado pelo advogado Chagas Vasconcelos o qual manteve-se no controle da administração municipal por três décadas. No que concerne aos procedimentos teórico metodológicos este estudo perpassa por aquilo que se convencionou chamar de nova história política dialogando com autores como René Remond assim como Serge Berstein e Rodrigo Patto Sá Motta, os quais dentro desta renovação nos ajudam a discutir o conceito de cultura política, onde se inserem as questões mais centrais desta análise.
Palavras chave: Santana do Acaraú; partidos; Chagas Vasconcelos.