O poeta sobralense e seu canto torto feito navalha "cortou a carne" de muita gente de sua geração e ainda hoje nos faz refletir sobre suas poesias/canções. Este trabalho tem como objetivo a analise de algumas músicas do cearense Antônio Carlos Gomes Belchior percebendo como suas canções são marcadas pela presença do passado no discurso do presente; como o seu olhar para o futuro (às vezes pessimista) apresenta detalhes de um passado que se repete como se estivéssemos em um processo cíclico. Partiremos da análise de algumas canções onde pode-se perceber narrativas sobre o medo, mudanças e migrações que nos permitirão inferir, inicialmente, que Belchior traz em suas canções uma visão onde se acredita que o novo sempre vem, entretanto, o mais do mesmo insiste em permanecer, revelando a permanência do passado (visto de forma negativa) no tempo presente e no futuro. Para tanto, dialogaremos com as noções da relação de tempo vivido e narração propostas por Paul Ricoeur, (1982-1983).