O presente artigo discute os processos de tradução do romance O Quinze de Rachel de Queiroz, tomando como ponto de partida as relações editoriais da Livraria José Olympio Editora com editoras alemãs, francesas, japonesas e portuguesas. Dito de outro modo, questionamos como as trocas editoriais da José Olympio possibilitaram a divulgação da obra de Rachel de Queiroz em outros espaços de consumo e formas de produção livresca. Nesse sentido, cabe ressaltar que nossa pretensão não é discutir a recepção das traduções no mercado internacional dos livros, mas compreender os processos que criaram as condições de possibilidades para que elas existissem. Para tanto, nosso corpo documental é composto pelas missivas entre a autora e seus tradutores, contratos editoriais, a materialidade das edições e seus projetos gráficos e tipográficos. Em relação ao diálogo teórico, nos aproximamos das discussões em torno da história do livro, da tradução e das relações editoriais, as quais são realizadas por autores consagrados, a exemplo de Roger Chartier (2014), Robert Darnton (2010) e Jean-Yves Mollier (2010).