UM (SER)TÃO VIOLENTO: NARRATIVAS SOBRE O BANDITISMO NAS PÁGINAS DOS JORNAIS CEARENSE (1920-1938)

FRANCISCO WILTON MOREIRA DOS SANTOS

Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

A violência vai ser marca do sertão cearense desde o seu período colonial, emergindo de várias formas e imbricadas nas suas organizações destacando-se na construção das memórias coletivas. Os jornais eram veículos importantes na propagação de ideias e contribuíram nas maneiras de perceber a violência. Deste modo, este trabalho objetivou compreender as experiências violência no sertão por meio dos jornais cearenses A Lucta (1920-1924); O Sitiá (1925-1927); A Esquerda (1928); A Imprensa (1920-1932) e O Povo (1928-1938) em um período compreendido entre as décadas de 1920 e 1938. Nosso ponto de partida são os jornais cearenses anteriormente mencionados. É através da coleta de dados e releitura das matérias em que aparecem os termos da pesquisa que conseguimos traçar o perfil dos jornais que nos propomos pesquisar e assim, analisar esses discursos sobre o cangaço que aparecem em suas páginas. O que nos permitiu perceber a urgência que o tema recebia uma vez que a maioria das matérias e notas que versam sobre o cangaço estampavam as primeiras páginas. E ainda, que é a década de 1920 onde esses discursos aparecem em maior quantidade, reforçando sempre as atrocidades dos grupos de celerados. Os anos seguintes, especialmente a partir de 1925, a ênfase noticiosa recairá sobre Lampião e seu grupo. Posteriormente, as narrativas de violência continuam e atingem seu ápice com a morte degola dos cangaceiros na grota dos Angicos, Sergipe.