“ESQUÁLIDAS CRIATURAS DE ASPECTO HORRIPILANTE”: A REPRESENTAÇÃO DA FOME NA LITERATURA SOBE A SECA DE 1877.

ERIKA GONÇALVES DE MENDONÇA

Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

Erika Gonçalves de Mendonça

Erikamendonca55@gmail.com

Esse trabalho tem por objetivo analisar as representações construídas sobre a fome e a alimentação na literatura da seca de 1877. Utilizaremos como fonte as obras: Os Retirantes de José do Patrocínio, A fome de Rodolfo Teófilo e Luzia-Homem de Domingos Olímpio. Problematizamos os mecanismos que contribuíram para a construção de uma equívoca tendência natural do sertanejo à barbárie. Para isso, buscaremos compreender essa literatura no momento de sua produção, dando ênfase ao modo como essas obras se inserem nos ditames naturalistas do final do século XIX e como seus autores dialogavam com a "Geração Modernista de 1870" e se utilizavam das teorias cientificistas para elaborar uma explicação sobre o momento de crise em que a seca veio se instalar. Assim, utilizaremos como principal ferramenta teórica, para pensar tais questões, o conceito de representação, elaborado pelo historiador Roger Chartier.