Nessa pesquisa feita por ocasião do Estágio Pós-Doutoral na Universidade Federal do Ceará em 2017, estudamos aspectos da indústria cultural em Quixadá na ditadura de 1964-1985, a partir de narrativas de sujeitos históricos que vivenciaram a chegada da energia elétrica e da televisão. Buscamos compreender subjetividades em ação com seus critérios e interesses e dadas mobilizações do imaginário de uma sociedade que vivia de forma específica a estruturação da televisão e seu fluxo promovida em meio a expansão do mercado de bens simbólicos no país. Analisamos a historicidade do passado e de versões sobre ele destacadas em seus interesses e seletividades. Dessa forma, a historia oral como metodologia principal possibilitou estudarmos determinados atores sociais e narrativas sobre suas vidas e tramas da modernização conservadora em Quixadá. As relações que estabeleceram com meios de comunicações em sua sociabilidade no Sertão Central em uma discussão sobre o tempo presente e múltiplas relações com o passado. Assim, o foco central foi desenvolver roteiros, realizar, transcrever e interpretar entrevistas com pessoas que viveram esse processo da chegada da televisão na cidade em diversos momentos, e em distintas posições. Com isso, levantamos e interpretamos dimensões da vida social e da sua transformação pelos usos da TV no cotidiano durante o período da ditadura. Explicamos ações pretéritas e como falaram delas no presente. Criamos chaves de interpretação para múltiplas grades experimentadas. Das janelas, ou portões, das "casas dos outros", grades nas praças que sustentavam, e prendiam, as TVs, o fluxo televisivo que pretendia ser uma grade a moldar o tempo.