PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE FLORES: SE, NO BRASIL, O ANO DE 1968 PUDESSE SER RESUMIDO EM UMA CANÇÃO
Geórgia Gardênia Brito Cavalcante Carvalho (PARFOR/UECE)
Francisco Carlos Carvalho da Silva (FECLESC/UECE)
A geração de cantores e compositores da Música Popular Brasileira - MPB, que serviu de base e inspiração para muitos dos artistas que constituem a música brasileira contemporânea, começou a despontar para o sucesso por intermédio dos festivais de música que aconteciam no país. Entre os inúmeros festivais que ocorriam no Brasil, um foi bastante emblemático por ter sido realizado no ano de 1968, concentrando várias canções de protesto contra o regime militar que tomara o país de assalto no golpe de 1964. Trata-se do Festival Internacional da Canção, cujas eliminatórias ocorriam em São Paulo, no Teatro da Pontifícia Universidade Católica (TUCA) e no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. A música preferida do público foi Pra não dizer que não falei de flores, de Geraldo Vandré, que ficou em segundo lugar. A vencedora foi Sabiá, de Tom Jobim e Chico Buarque. A terceira colocação ficou para a canção Andança, de Paulinho Tapajós, Danilo Caymmi e Edmundo Souto. Mesmo sem ter sido consagrada campeã, a música de Vandré tornou-se um hino entoado contra os desmandos da repressão política à qual o país estava submetido. Assim sendo, o presente trabalho tem como objetivo principal apresentar uma breve análise da referida canção, contextualizando-a historicamente e defendendo-a como a mais perfeita tradução da música brasileira no ano de 1968.
Palavras-chave: Geraldo Vandré, Festivais, Ditadura, MPB.