A cidade de Fortaleza, na década de 1940, passou por um período conturbado de mudanças em que novos sujeitos procuraram estabelecer novas práticas e atuações sociais, dentre os quais, as mulheres. No nosso caso, nos referimos as mulheres da classe média fortalezense que encontraram tanto na Casa Juvenal Galeno quanto no jornal O Estado espaços para se expressarem como escritoras. O objetivo desse trabalho é compreender como a coluna "Jornal do Lar" do referido jornal tornou-se uma ferramenta de expressão literária e feminista do departamento Ala Feminina da CJG entre os anos de 1942 a 1949, período em que estiveram atuantes nesse espaço da imprensa. As fontes são compostas de livros de memórias, um dentre os quais organizado por Henriqueta Galeno; a referida coluna do "Jornal do Lar" durante os sete anos em que esteve ativo sob responsabilidade da Ala Feminina e a edição 1 da revista Jangada.
Assim, nos utilizaremos do referencial teórico da História Cultural o conceito de prática de Michel de Certeau, pois nos referimos as suas "formas de fazer" dentro da literatura; o conceito de intelectual desenvolvido por Sirinelli e o conceito de gênero. Dessa forma, entendemos que o jornal foi um elemento que proporcionou a essas escritoras o amadurecimento de suas ideias, encorajando-as terem um veículo de comunicação próprio- a revista Jangada, esta que funcionará de 1949 a 1955.