MASCULINIDADES E FEMINILIDADES: AS REPRESENTAÇÕES E CONSTRUÇÕES DE SUJEITOS E PRÁTICAS NAS MÚSICAS DE FORRÓ.

MARCELA SOUZA SANTOS

Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

Masculinidades e feminilidades: As representações e construções de sujeitos e práticas nas músicas de forró.

Autora: Marcela Souza Santos

marcela.souzasantos@yahoo.com.br

A música pode desconstruir ou legitimar discursos e práticas, construindo, assim como tantos outros discursos e instituições, as subjetividades dos indivíduos. As músicas podem fazer parte da produção do imaginário de grupos e indivíduos, possibilitando reflexões, produzindo ou reproduzindo sentidos de comportamentos e práticas de distintos grupos sociais. A análise desse tipo de fonte pode nos fornecer elementos de reflexão, para compreender diferentes relações e a forma como elas são encaradas socialmente, como são reproduzidas nas letras, ignoradas, justificadas, etc. Este trabalho busca compreender as representações e construções do masculino(s) e feminino(s) nas músicas de forró eletrônico, através da elaboração de uma intervenção com alunos do Ensino Médio da Escola Estado do Amazonas, escola que participou das atividades do PIBID Educação em Direitos Humanos: Gênero e Sexualidade na Escola. Este programa conta com bolsistas dos cursos de História e Ciências Sociais da Universidade Federal do Ceará. Procuramos analisar como práticas machistas são naturalizadas através das letras e como esses alunos percebem esses discursos produzidos e reproduzidos através das produções musicais. Exibindo as letras e levando as músicas para os alunos ouvirem, buscamos fomentar a discussão sobre os temas, fazendo-os refletir sobre a construção desses comportamentos, desnaturalizando-os. Partindo dessa experiência e orientados pelas discussões levantadas por Durval Muniz de Albuquerque e no trabalho de Felipe Trotta -"Som de cabra macho: sonoridade, nordestinidade e masculinidades", onde o autor analisa a relação entre a construção das identidades masculinas com os sons, imagens, narrativas e como o forró eletrônico pode emergir com um modelo de masculinidade - buscamos analisar as construções de representações de masculinidades e feminilidades, os discursos dessas produções musicais e os impactos dessas discussões na escola, procurando situar o machismo longe de uma prática natural, mas colocando-o como cultural, que se forja nas relações sociais, historicamente.