A presente pesquisa tem por objetivo analisar e perceber as diferentes formas de interações sociais praticadas pelas jovens mulheres que participaram do Movimento Punk na cidade de Fortaleza (MPF) , entre os anos de 1982 e 1988. Nossa perspectiva é problematizar as experiências vivenciadas pelas mulheres que ousaram assumir uma postura no interior de um movimento com características juvenis, onde a participação masculina era bem marcante.
Nosso principal arcabouço metodológico se encontra na abordagem da História Oral, assim analisaremos entrevistas realizadas por nós, com indivíduos atuantes e que presenciaram o citado fato histórico. Neste trabalho inicial, trabalharemos com trechos de duas entrevistas, que apresentam memórias de duas mulheres que integraram o movimento e foram lideres de bandas expressivas no movimento punk. Por meio dos relatos, tentaremos perceber a construção das memórias que foram conosco compartilhadas através das entrevistas, assim, a partir das leituras de Joan Scott e Guaciara Louro, pretendemos levantar os questionamentos necessários para responder sobre as questões de gênero que problematizamos.
Acreditamos que nossa pesquisa tem grande relevância, academicamente falando, por encontrarmos lacunas na historiografia cearense acerca dessa temática, que traz como objeto a singularidade das posturas femininas dentro do movimento punk bem como as contradições que essa atuação feminina gerava.