O presente trabalho objetiva analisar a personagem Elizabeth Bennet da obra Pride and Prejudice (2005), da autora inglesa Jane Austen. O romance supracitado apresenta uma heroína altiva que encerra um comportamento distinto das outras personagens femininas do romance. De tal modo, enquanto as outras personagens se mostram passivas e subservientes, Elizabeth revela-se uma heroína com personalidade forte e mente astuta. Assim, consideramos que as atitudes da jovem, ao longo da narrativa, como recusar-se a casar por duas vezes e questionar determinados valores associados ao ideal de comportamento feminino, por exemplo, criticam parâmetros socioculturais da Inglaterra do século XIX no que diz respeito ao papel social da mulher. Desse modo, Austen apresenta uma personagem que busca o empoderamento do sexo feminino, evidenciando e criticando valores socioculturais conservadores. Como base teórica, recorremos aos trabalhos de Candido (2011), Foster (2010), Rosenfield (2010) e Bakthin (2011) a respeito da construção e função da personagem literária. No que diz respeito ao estudo da obra de Austen e ao seu contexto de produção, utilizamos os estudos de Fergus (2009), Gilbert e Gubar (1984) e Silva (2014). Os resultados preliminares apontam para a constituição de uma personagem crítica, que se revela uma anti-heroína em seu contexto e evidencia um empoderamento do sexo feminino diante dos valores socioculturais vigentes na Inglaterra do inicio do século XIX.