A transição do século XIX para o XX no Brasil foi marcada pelo intenso debate sobre civilizar o país. A medicina, sobretudo a higiene, era vista como ferramenta eficaz e indispensável para impulsionar os Estados rumo à civilização. Combater as doenças e epidemias reinantes e higienizar a população foram as principais bandeiras defendidas pelas elites locais. A presente pesquisa analisa então os discursos produzidos pelos intelectuais cearenses deste período no intuito de compreender a trajetória de sua produção e sua influência na proposição e execução das políticas de saúde em Fortaleza entre os anos de 1892 a 1930, período durante o qual os serviços de saúde ficaram a cargo dos governos estaduais, cabendo então à elite intelectual local um maior protagonismo na interlocução com os poderes públicos e a população urbana sobre o planejamento, o encaminhamento e a efetivação das políticas de saúde na cidade.