Micro-história, literatura e gênero: o caso de Soledad Acosta de Samper na imprensa colombiana do século XIX
Por Juan Pablo calle orozco
Email: callejuanp@hotmail.com
Um estudo histórico e social da literatura exige dar conta não só dos processos de escrita e de leitura das obras, senão da ligação que existe entre sociedade e cultura. Essa relação é percebida pelos jornais, pois as publicações periódicas são um termômetro que mede o desenvolvimento cultural da sociedade. Portanto, nas páginas da imprensa situam-se as oposições entre o cânone literário e aquelas formas alternativas ou periféricas da escrita que são inerentes às manifestações socioculturais. Um exemplo destas formas de escrita subalterna é a literatura feita por mulheres, cuja análise supõe um rompimento com a historiografia androcêntrica tradicional. Neste sentido, esta pesquisa busca analisar, desde uma perspectiva micro-histórica, os indícios, os sinais e as particularidades na obra jornalística de Soledad Acosta de Samper (1833-1913), escritora colombiana do século XIX, a fim de descobrir os processos de subjetividade e atuação que as escritoras empregaram para abrir passagem no movimento cultural daquele momento; ou seja, a partir de um caso específico e individual se busca examinar a relação que existe entre a esfera pública, a produção literária, a subjetividade e a marginalização da mulher escritora no século XIX.