CANTANDO A LIBERDADE: A EXPERIÊNCIA DE LIBERDADE A PARTIR DAS MÚSICAS DE CAPOEIRA E A RELAÇÃO DOS CAPOEIRISTAS COM O PASSADO.

DIEGO BEZERRA BELFANTE

Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

As formas pela qual a liberdade é experimentada e significada variam historicamente, dependendo da conjuntura social dos envolvidos, das maneiras como são afetados e agem com relação ao passado e a memória entre outros fatores. Na busca da coerência e de uma orientação para agir no tempo recorremos a experiências e memórias tanto individuais como partilhadas coletivamente pelos grupos em que nos inserimos. Essa forma de proceder diante do tempo cria inúmeras formas diferenciadas para nossa consciência histórica. Grupos diferentes e pessoas diferentes possuem então perspectivas diferenciadas do passado. Que se exprimem nas mais diversas manifestações e discursos. Um ponto de entrada que nos permitem ver traços de como essas maneiras de consciências sobre o passado são criadas, atuam na formação e manutenção grupos é a música. As músicas, assim como outras expressões culturais, não é um mero reflexo do seu tempo e grupo social, mas sim produto destes. No entanto ela pode ser usada com as mais diversas funções, como refletir sobre a realidade daqueles que a compõem ou escutam. Nessa perspectiva esse trabalho abordara um tipo especifico de música e suas relações com a liberdade. São as músicas de capoeira, mas especificamente as canções o nosso ponto de entrada para esse universo simbólico, na tentativa de buscar traços de como os capoeiristas compreendem a liberdade a partir de sua relação com a história. As experiências histórico-sociais desse grupo formaram um entendimento sobre a história do Brasil o qual aparecem em algumas letras que fazem menção a passado de sofrimento e luta contra a escravidão, mas a forma como elegem seus heróis o que compreende como virtude, não é sempre igual no tempo. Pois a capoeira não se dissociada do tempo, portanto o que hoje é valorizado pode não ter sido no passado, pois as experiências se transformaram com o tempo o capoeirista de hoje não é o mesmo capoeira da época imperial. Como essas operações com o passado e a tradição são feitas na tentativa de se criar não apenas um perfil do capoeirista que possa manter esse elo com os capoeiristas que os antecederam e lhes servem de inspiração, mas criam uma versão do passado em que a liberdade e a luta por ela são a força motriz da capoeira com essas indagações guiam nosso trabalho.