A presente pesquisa buscará abordar como a Igreja Católica buscava manter sua posição de zeladora da moral e dos bons costumes no Ceará entre os anos de 1928 a 1941. Para isso a Igreja elegeu o cinema como alvo de sua constante vigilância, tendo em vista o amplo alcance que tal ferramenta de comunicação tinha na sociedade cearense das primeiras décadas do século XX. Na tarefa de estabelecer um combate mais eficiente aos possíveis males do cinema, era necessário habilitar os sacerdotes católicos nos saberes sobre o cinema, analisando o mal que este traria a sociedade, porém com o passar dos anos o mesmo foi visto como uma arma a ser usada para o bem.desta forma a Igreja usava a REB (Revista Eclesiástica Brasileira)e os jornais de cunho católico, como ferramentas de instruções do clero. Nas páginas da REB, os padres encontravam as orientações sobre como proceder no julgamento, escolha e⁄ou censura das películas exibidas nas salas de cinema. O jornal "O Nordeste" era também um espaço de difusão dessa "batalha" em contra o mau cinema. Posto no discurso católico como uma "espada de dois gumes" o cinema tanto poderia educar, como levar a perdição daqueles que se encantavam com suas luzes. Cabia ao olhar vigilante do clero, cuidar para que o cinema difundisse os ideais católicos, sem desvios. Partindo inicialmente desses dois periódicos, REB e O Nordeste, buscaremos analisar os discursos e práticas da Igreja Católica envolvendo o cinema no Ceará.