A PRÁTICA ARQUITETÔNICA E URBANÍSTICA NO MOVIMENTO MODERNISTA
Antônio Auriseu Nogueira Pinheiro
auriseunogueira@gmail.com
O movimento moderno surgido na Europa e expandido para o mundo através da internacionalização do estilo marcou uma grande ruptura no modo de se produzir a arte, período este que influenciou o contexto atual no qual estamos vivenciando a contemporaneidade. No âmbito da arquitetura este movimento emergiu como uma resposta tardia ao projeto iluminista e a revolução industrial, ganhou força e notoriedade apenas na segunda década do século XX, quando as vanguardas europeias motivadas pela necessidade de adaptar o espaço para o contexto de industrialização da época propuseram uma arquitetura simplificada com formas puras e poucos ornamentos, presando sempre pelo geometricismo e a ortogonalidade. Este estudo propõe uma análise crítica desse estilo moderno, partindo inicialmente da abordagem geral do movimento: apresentando o contexto que motivou o seu surgimento, o seu desenvolvimento, o ápice, e os possíveis motivos que levaram à crise. Um olhar direcionado a repercussão desse movimento no Brasil foi abordado com base nas obras arquitetônicas da arquiteta Lina Bo Bardi (1915-1922), que nasceu na Itália, em 1946 chegou ao Brasil frente ao rumo político assumido pela Itália após a Segunda Guerra Mundial, buscava aqui espaço para construir a sua arte edificada. A sua obra mais conhecida no Brasil é o MASP (Museu de Arte de São Paulo) construído entre os anos de 1957 a 1968, nele faz uso de dois materiais muito utilizados no movimento modernista: o concreto e o vidro. Conclui-se com esse estudo que o excesso de funcionalidade praticado no movimento pode comprometer a estética do edifício, e além disso, nesse período a figura do arquiteto é reduzida de um artista dotado de sentimento e sensibilidade para um mero técnico, que agrupa formas ortogonais para produzir um espaço imaginado como "perfeito".
REFERÊNCIAS
ASCHER, François. Os novos princípios do urbanismo. São Paulo: Romano Guerra, 2010.
COLIN, Silvio. Pós-modernismo: repensando a arquitetura. Rio de Janeiro: Uapê, 2004
MONTANER, Josep Maria. A Modernidade Superada. Barcelona: Gustavo Gili, 2001.
SCHEEREN, Rodrigo. O Processo de Abstração Estética e a Crise do Movimento Moderno na Arquitetura. Rio Grande do Sul, 2012, Disponível em: http://www.ufsj.edu.br/portal2repositorio/File/existenciaearte/O_Processo_de_Abstracao_Estetica_e_a_Crise_do_Movimento_Moderno_na_Arquitetura.pdf Acesso em: 25 Set. 2015