Encontrado na Divisão de Arquivo Histórico do Museu Histórico Nacional (DAH/MHN), no Rio de Janeiro, o documento ora analisado compõe a coleção José Martiniano de Alencar. Curto, contando apenas com três páginas, tolhido pela má sorte do acaso que fez se perder, no tempo e no espaço, o desenvolvimento das argumentações do autor, a fração documental ora exposta, possibilita inferir o descontentamento de Alencar para com a versão promovida pelos doutos paladinos da memória pátria que, reunidos no IHGB, favoreciam José Bonifácio como o grande patriarca da emancipação política brasileira, relegando o nome D. Pedro I (e outros mais), para o olvido da nação. Assim, julgamos que o documento aqui resgatado do vácuo do esquecimento pode contribuir para revelar o arrojo historiográfico de José de Alencar. Muito embora ali não se possa ler o processo de ficcionalização da história defendido em vários de nossos estudos sobre o escritor cearense e tão característico do projeto de literatura nacional por ele promovido, encontramos no fragmento outro importante elemento intensamente manifestado pelo espírito alencariano: a crítica.