Antônio Sérgio Pontes Aguiar (Mestrando/PUC-RJ)
Orientador: Antônio Edmilson Rodrigues (PUC-RJ)
Simpósio: História e Literatura. Aproximações e Problemas
O presente trabalho visa analisar as ideias e utopias românticas no âmbito das transformações sócio-históricas que propiciaram seu vigor enquanto formulação de uma visão de mundo multifacetada e polivalente. Desse modo, o ideário romântico, ora reacionário, ora revolucionário, está estreitamente vinculado aos marcos que delinearam a chegada da modernidade: a Revolução Francesa, a Revolução Industrial, a Era Napoleônica e a Primavera dos Povos de 1848. É num solo instável e turbulento que o pensamento romântico emergiu a fim de captar uma ambiência efervescente e reagir ao acelerado devir com propostas utópicas e questionadoras da efemeridade das relações sociais, e suas consequências por vezes nefastas, que a história assistia à época. Seguindo autores como Koselleck, Löwy, Collingwood, Berlin, dentre outros, pudemos ampliar nossa visão e estabelecermos conexões entre as filosofias da história, as ideias românticas e o pensamento revolucionário do século XIX. Assim, a partir do surgimento de uma nova sensibilidade e estética, expressa particularmente na literatura, buscamos mapear a trajetória do pensamento romântico, considerando as especifidades que o movimento assumiu nas diversas realidades nacionais onde teve força, especialmente no caso brasileiro. Aqui, o romantismo encontrará sua "oportunidade histórica", como bem assinalou Antonio Cândido, uma vez que forneceu a uma jovem nação os elementos basilares para a fundação de sua identidade. Sofrendo ajustes correspondentes à realidade local, as ideias românticas migraram do Velho Mundo para o Brasil e promoveram um fecundo debate entre os homens de letras (fundação de uma literatura nacional; Alencar x Gonçalves de Magalhães, Geração de 1870 e a crítica ao ideal romântico) e de ideias que pensavam soluções para as antinomias de uma Nação ainda por formar-se.