A EXPRESSÃO DA MORTE EM FACE DA DOR E DO ESPETÁCULO

ANTÔNIO ROBERTO SOARES CAVALCANTE

Co-autores: ALUÍSIO FERREIRA DE LIMA
Tipo de Apresentação: Pôster

Resumo

Desde os primórdios da Civilização, a morte é considerada um fenômeno bipolar que fascina e, ao mesmo tempo, aterroriza a Humanidade. A morte e os supostos eventos que a sucedem são, historicamente, fonte de inspiração para doutrinas filosóficas e religiosas, bem como uma inesgotável fonte de temores, angústias e ansiedades para os seres humanos. Falar sobre morte, ao mesmo tempo em que ajuda a elaborar a ideia da finitude humana, provoca certo desconforto, pois nos deparamos com essa mesma finitude, o inevitável, a certeza de que um dia a vida chega ao fim. Todavia, não buscamos discorrer sobre a morte como fenômeno físico que já foi exaustivamente estudada. O objetivo da presente pesquisa é analisar como a morte pode receber diferentes leituras em um mesmo lapso temporal que vai da trajetória do luto ao espetáculo das cenas dramáticas (atropelamentos, homicídios, suicídios e etc). Para tanto, o desenvolvimento do trabalho acompanha os meios de comunicação locais que veiculam as notícias policiais, bem como vislumbram a dor do outro à luz dos olhares plurais da sociedade do Eu e do Outro. A metodologia da pesquisa toma por base a análise e o estudo participativo com a morte e o ato de morrer na cidade de Sobral-Ce, além de um levantamento teórico sobre o assunto, buscando compreender como a mídia transforma a morte em um "shownalismo" policial de grande público. Para levantamentos de dados sobre a repercussão da morte diante dos olhos dos outros foram utilizadas estatísticas de visitação referentes a postagens de matérias de alguns sites de cidade, que apontam a expressão negra dos rumores da morte, bem como a face instigante do fenômeno em estudo.