No ano de 1922, a cidade de Fortaleza estava em meio a um processo civilizatório, onde ocorriam alterações em suas estruturas, cujo objetivo era tornar a cidade um exemplo de modernidade. Entre essas transformações o discurso acerca da necessidade das práticas sanitárias tomava corpo na cidade. Sendo assim, a necessidade de que uma cidade moderna fosse salubre tornavam as doenças motivos de preocupação. Devido á isso, elas passaram a ganhar destaque, principalmente na imprensa. Um jornal em especial chama a atenção nesse aspecto, esse é O Nordeste, que foi um grande divulgador da lepra.
O periódico dispensou considerável atenção á lepra, se utilizando de denúncias sobre a situação dos leprosos a "perambular" pelas ruas, cobrando das autoridades mais atenção à doença, principalmente focando na "necessidade" de isolamento. Também procurava esclarecer a população acerca dos sintomas e do "perigo" da lepra, e ainda realizava um discurso caritativo de amparo aos doentes. Sendo assim, o jornal O Nordeste não só divulgou a doença, pode-se dizer que ele tomou para si a "causa dos leprosos", sendo essencial no combate á lepra.
Deste modo, esse trabalho tem por objetivo compreender como o jornal O Nordeste debateu, cobrou e realizou ações de combate á lepra, durante o ano de 1922, tendo com suporte as publicações do citado periódico sobre a doença.