CULTURA MATERIAL E CASAS DE FARINHA EM ITAPIÚNA - 1960-1970

FRANCISCO EVANDRO DE ARAUJO

Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

A presente pesquisa tenciona investigar de maneira objetiva a casa de farinha e toda sua materialidade e significados construídos e reconstruídos na visão dos diversos produtores que por ali passaram, a produção de mandioca envolvendo todas as técnicas e ferramentas relacionadas a este produto e as farinhadas que se tornam momentos de produção e sociabilidade onde são manifestadas as mais diversas facetas das relações travadas entre aqueles que têm no campo o espaço da sobrevivência marcada pelas angustias das intempéries climáticas que, de tempos em tempos, tornavam a vida mais difícil. Era nas farinhadas que se construíam também as relações micro-econômicas entre pequenos produtores e pequenos comerciantes com a compra e venda dos derivados da mandioca. Era também comum que muitas vezes a casa de farinha fosse usada com pequenas farinhadas onde predominava o regime de mutirão no processo da produção, a oferta de beijus e tapiocas se fazia no final da farinhada que durava no máximo dois dias. Havia farinhadas maiores onde as relações de trabalho eram menos informais dando ao processo produtivo um sentido mais comercial, neste caso o pagamento dos profissionais da farinhada era feito tomando-se por base a produção - quanto mais se produzia mais se ganhava - ou por diária pré-acordada entre trabalhadores e proprietários. Neste sentido podemos perceber que, apesar de pequena, existia uma relação comercial nesta atividade produtiva e, que de certa forma era influenciada e ao mesmo tempo influenciava a atividade econômica no município de Itapiúna , tornando-se assim relevante para um estudo histórico fundamentado nos princípios teóricos da cultura material e relevante para a história local.