RAYMOND WILLIAMS, A NEW LEFT REVIEW E A PRÁTICA LITERÁRIA SOCIALISTA

RUBEN MACIEL FRANKLIN

Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

Ruben Maciel Franklin

(Dourando em História Social/UFF)

Orientador: Prof. Norberto Osvaldo Ferreras (UFF)

Simpósio: História e Literatura: aproximações e problemas

 

 

A New Left Review (NLR), revista britânica criada em 1960, manteve ao longo dos anos uma postura bastante crítica quanto às aproximações e entrelaçamentos entre história e literatura. Sustentada no socialismo humanista e numa tradição de esquerda trazida à luz pelo marxismo clássico (Lukacs, Gramsci e Deutscher), os primeiros editoriais da década de 1960 já demonstravam o compromisso do periódico em aprofundar a crítica literária por meio de conceitos marxistas. Tendo isso em vista, o objetivo dessa comunicação é delinear alguns temas e conceitos desenvolvidos por Raymond Williams, intelectual de formação marxista com estreita relação com a Nova Esquerda inglesa (Thomspon, Hill, Hobsbawm, Kiernan, Hilton, R. Samuel), em artigos publicados na New Left Review entre 1960-80, procurando através destes entender como sua interpretação de textos ficcionais (romances, novelas, teatros) trouxe revisões acerca do conceito de cultura e no entendimento da determinação social os quais incidiram diretamente na prática socialista e no movimento intelectual esquerdista. Além disso, a investigação também recairá sobre as obras publicadas pelo autor nesse período, tais como Tragédia Moderna, Marxismo e Literatura, entre outras, situando-as historicamente e perfazendo as relações diretas que mantinha com o periódico esquerdista em questão (os livros eram publicados previamente, na forma de ensaios, na NLR). Trata-se de observar como os posicionamentos e releituras do marxismo, atiçados na compreensão de contextos sociais das obras de ficção, também percorriam o engajamento de Williams nas questões sociopolíticas e seus embates por uma concepção contra-hegemônica em relação ao capitalismo e aos reformismos sociais entretecidos sob a ótica da modernidade.