Nosso trabalho busca compreender as discussões desenvolvidas nos anos de 1936 à 1941 na cidade de Fortaleza no que diz respeito ao projeto cultural do Estado Novo e os choques de padrão corporal desejados pelo Estado e pela Igreja Católica.
Os articuladores do Estado Novo, buscaram criar uma unidade e uma identidade nacional, na qual o trabalho era exaltado e ao mesmo tempo se pretendia extirpar as diferenças regionais. Porém, essas mudanças não se limitavam apenas as questões cívicas, mas também se estendiam aos padrões morais e corporais da população. Nesse sentido, o projeto cultural getulista falava na criação de um novo padrão para a população, e esse "novo homem" seria renovado em seus padrões morais, comportamentais, cívicos e corporais. Sendo neste último ponto que percebemos as relações destoantes entre os padrões desejados pelo Estado e pela Igreja Católica nesse período por nós estudados.