A presente comunicação aborda através das memórias dos narradores Russanos, perceber quais os tipos de vestimentas mortuárias utilizadas pelos cristãos católicos do município de Russas-CE, no período de 1930 a 1960. Outro documento interessante para nosso estudo são as fotografias que registraram os defuntos no ato do seu velório e sepultamento, frequentemente vistos junto aos remanescentes, na hora da última despedida. Durante os séculos XIX e XX, havia toda uma simbologia nessa indumentária, facilitadora do traspasse, a vestimenta mortuária era também uma forma de demonstrar que o defunto se apresentaria a rigor diante do tribunal divino e não correria o risco de sua alma ficar vagando. O vestir o morto era permeado por um imaginário que lhe permitiria um bom descanso eterno, elementos como a cor e o tipo de mortalha eram também observados. As vestes dos santos eram as preferidas entre os tipos de mortalha, sobretudo a da ordem franciscana. O imaginário religioso cristão apresentava a roupa mortuária como sendo mais uma das chaves para a boa morte.