HEGEL E SEU CENÁRIO SÓCIO-HISTÓRICO E FILOSÓFICO

JOHN KARLEY DE SOUSA AQUINO

Co-autores: ALBERTO DIAS GADANHA
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

HEGEL E SEU CENÁRIO SÓCIO-HISTÓRICO E FILOSÓFICO

Resumo expandido

John Karley Sousa de Aquino¹

john_rpg2811@hotmail.com

 

A Alemanha ao contrário da França não viveu uma revolução, a própria Alemanha só existia em pensamento, ela era antes de tudo uma realidade cultural, uma cultura que esperava realização. O idealismo alemão foi considerado a teoria da revolução francesa, mas isso não quer dizer que Kant, Fichte e Hegel elaboraram apenas uma interpretação filosófica da revolução francesa, mas eles escreveram suas filosofias em resposta ao desafio de reorganizar o estado e a sociedade em bases racionais em que se garantissem a liberdade e os interesses individuais, e apesar da critica ao terror da revolução todos foram entusiastas dos ideais revolucionários e viram na revolução o surgir de uma nova era assim como também a emancipação do homem. O desenvolvimento econômico da Alemanha estava muito atrás do da França e da Inglaterra, a burguesia alemã era fraca e dispersa incapaz de engendrar uma revolução, e as poucas indústrias que haviam eram ilhotas isoladas dentro de um sistema feudal, assim enquanto na França com a revolução se iniciava a realização da liberdade com a Alemanha o idealismo poderia pensar a idéia de liberdade e assim os esforços para o estabelecimento de uma sociedade racional foi deslocado para o plano filosófico na Alemanha, e esta idéia está no cerne da filosofia hegeliana. O objetivo deste artigo é demonstrar a situação sócio-histórica em que Hegel se encontrava assim como o cenário filosófico e apresentar o sistema de Hegel como a última grande expressão do idealismo cultural a fazer da filosofia um fator histórico concreto e trazer a história à filosofia, e não um Hegel como o filósofo oficial do estado prussiano, o suposto ditador intelectual da Alemanha. Assim o artigo mostrará o desdobrar-se da filosofia hegeliana e suas contribuições a toda história e filosofia. Para tanto utilizarei uma bibliografia referente a historiadores da filosofia e uma investigação minuciosa de Marcuse sobre Hegel em Razão e revolução, obra em que ele "reinterpreta" a filosofia de Hegel para assim mostrar um Hegel hostil ao fascismo e apontar as idéias que aproximam estreitamente as idéias hegelianas ao marxismo, para assim ter uma abordagem mais ampla do pensamento e situação histórica de Hegel.  O artigo visa livrar Hegel de preconceitos a qual ele foi submetido, demonstrar o quanto a sua dialética entra em choque com a realidade dominante e por este motivo a sua filosofia foi denominada de negativa em contraste com a positiva e explicar sua real função na restauração.

 

PALAVRAS-CHAVE: Hegel. Alemanha. Idealismo.

 

 

 

 

1 Graduando em Filosofia da Universidade Estadual do Ceará - UECE - Centro de humanidades. Orientador Professor Doutorando Alberto Dias Gadanha.