Paulo Willame Araújo de Lima (Mestrando em Filosofia pela UFC, bolsista CAPES; Licenciado em Filosofia pela UECE; Integrante do Coletivo Transpassando desde 2015; Professor do Programa Transpassando desde 2016. paulow.fin@gmail.com )
No país que mais mata LGBT+ no mundo, onde a expectativa de vida de uma pessoa transgênera é de 35 anos; em um dos estados mais violentos do país - Ceará - que traz em suas práticas diárias, desde a forma de olhar até o uso de expressões regionais com cunho depreciativo (como baitola e marica), inúmeros casos de violência e opressão são perpetrados não só de cunho LGBTfóbico, mas também de cunho misógino e racista. O Transpassando é um coletivo de combate à transfobia e demais preconceitos que surge em 2015 de, como diz o filósofo da educação - Paulo Freire, uma justa ira em defesa de uma radical transformação social tanto do ponto de vista ético-político-econômico como do ponto de vista cultural. Em 2016 surge o Programa de Extensão Transpassando-UECE com projetos como Cursinho Pré-vestibular, onde passa a promover um combate real e direto da transfobia, da lógica higientista e da prática produtivista que os espaços escolares e acadêmicos reproduzem e co-produzem em uma sociedade patriarcal e machista. O que é ser Professor em um "Programa de Combate"? Sendo uma atividade voluntária, por que fazer parte deste coletivo sendo cisgênero? Em que sentido se dá a relação ensino-aprendizagem em um Programa que se propõe autogerido e horizontal? Quais são os desafios latentes a este(a) educador(a)? É destas questões que parte o presente relato de experiência com o objetivo de esperançosamente propor uma nova forma de ver e de viver a prática educativa, as relações sociais e a integralidade da vida em nome do respeito ao diferente.
Palavras-chave: Ensino de Filosofia, Violência, Educação Libertadora, Transfobia, Respeito