Fazer filosofia em qualquer nível no Brasil que respira a beligerância dos discursos e atos fascistas é antes de tudo, o pleno exercício de rebeldia e resistência. Rebeldia contra tudo aquilo que é institucionalizado: a família, o mercado, a igreja, etc. Resistência porque se nega a aceitar o instituído enquanto imposição teórico-prático de valores. O papel da filosofia vai muito além da formação crítica e social. Ela tem uma função educacional inarredável que é combater o culto a ignorância instalada no âmago da cidadania, isto é, uma atividade específica de enfrentamento ao obscurantismo. No entanto, as IES que abrigam os cursos tem tido uma atuação modesta na luta. Faltam nos seus pares, união e engajamento contra todos os desmontes que vem afetando as instituições sociais, mas sobra tempo e preparo para preencher o Lattes e produzir pesquisas que, em alguns casos, se distanciam do cotidiano do mundo da vida. Nesse sentido, o presente trabalho busca abordar algumas experiências vivenciadas na academia e tentar entender como podemos criar condições de superação da inercia instalada entre nós.