Sem dúvida o cinema possui um potencial formador, a imersão em determinadas obras fílmicas são capazes através da imaginação, despertar a reflexão. Mas teriam todos os filmes essa capacidade formativa? Pensar o cinema com capacidade formativa, capaz de atuar na reeducação dos sentidos do público que o recepciona é pensar uma linguagem cinematográfica que apesar de inserida nos parâmetros da indústria cultural resiste a esse processo nivelador que massifica a arte. A esta resistência ou negação da determinação do mercado, Theodor Adorno atribuiu o termo antifilme. Os cineastas que se voltaram contra as regras de domínio da indústria do cinema, surgiram cada um com o seu antifílmico, depositando em suas produções um pouco dessa capacidade formativa. E será através da negação aos moldes industriais que se o caminho de possibilidades para o cinema se tornar um agente emancipador se consolidará ao proporcionar espaços de debate e reflexão acerca do conteúdo visto.