Este trabalho objetiva, servindo-se das contribuições de Frantz Fanon, demonstrar a natureza do sistema colonial europeu sobre o território africano, no século XX, e os diferentes caminhos apontado para o processo da descolonização, focalizando a experiência argeliana. A crescente exploração e violência do imperialismo europeu sobre a África nas primeiras décadas do século XX aprofundaram nos povos autóctones colonizados a insatisfação, o que fez com se mobilizassem contra essa desumanização. Dentro das mais diversas formas de mobilização para a independência das colônias, além da ação prática da política e da revolta, surge uma reflexão intelectual interna sobre os problemas africanos e entre esses pensadores destaco Frantz Omar Fanon (1925-1961). Além de médico psiquiatra foi escritor ensaísta e militante político junto à Frente de Libertação Nacional da Argélia. Anticolonialista radical, formula uma síntese das ideias marxistas com o existencialismo de Sartre, a teoria psicanalista e a corrente teórica "negritude". Em Os condenados da Terra (1961), marco do anticolonialismo, temos evidenciado a relação sustentada pelo sistema colonial entre a Europa e a África a partir da perspectiva do colonizado. Nesta obra, Fanon elucida que descolonização, ou qualquer que seja o nome dado ao processo de restituição da nação ao povo, sempre será um processo violento e vê na violência anticolonial a ação totalizante que liberta o colonizado da alienação. Dedicamo-nos sobre a história da Argélia, principalmente sobre a luta violenta contra o sistema colonial francês, pois foi nesse contexto que Fanon compôs grande parte de seu pensamento. Assim poderemos analisar as relações entre o pensamento de Fanon e o contexto das lutas pela descolonização na territorialidade africana, processo que levou os povos colonizados a afirmar seu protagonismo histórico e o anti eurocentrismo.