A escrita é uma das formas de expressão do sujeito, enquanto prática cultural, histórica e cotidiana, sendo aporte para compreender a realidade em que estamos inseridos. Ao criar uma personagem narradora Mariamar, no Romance A Confissão da Leoa, Mia Couto o poder da escrita à narradora personagem Mariamar, em A Confissão da Leoa, possibilita que a mesma rompa o silenciamento historicamente imposto às mulheres. Assim, Mariamar, encontra refúgio e resistência através da escrita de um diário que permite denunciar as condições de subalternidade a que estão historicamente submetidas . A pesquisa tem como objetivo a análise literária do romance moçambicano, em que buscamos investigar a escrita como ato de resistência da personagem Mariamar. A metodologia deste trabalho, de natureza qualitativa, foi pautada no levantamento bibliográfico, especialmente nas discussões sobre escrita, Chartier (2001), Certeau (1994) e Foucault (2006). Nas reflexões de gênero, utilizamos Spivak (2010), Scott (1992) e Chiziane (2013), sobre a narrativa de resistência apoiamo-nos em Bosi (2003). Compreendemos que esse debate é necessário, já que, em nossas sociedades, as mulheres são marcadas por uma forte tradição de silenciamento e negação ao acesso e à escrita.