A PERCEPEÇÃO DO TEMPO NO LIVRO MENSAGEM DE FERNANDO PESSOA

LUIZ IZAAC DOS SANTOS RIBEIRO

Co-autores: MARIA DO SOCORRO PINHEIRO
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

 

RESUMO

Fernando Pessoa e as suas idiossincrasias, seus heterônimos, os seus mistérios causam em cada leitor uma curiosidade, capaz de fazer com que muitos se debrucem sobre a sua obra, numa busca científica do que o poeta disse com a profundidade que se oculta na beleza metafórica e linguística dos seus versos. Este é caso dessa pesquisa, isto é,  o presente trabalho analisou o tempo na poesia pessoana, especificamente no seu livro Mensagem (1934). A análise literária se deteve na forma como o tempo é representado ao longo da obra do poeta, com o fito de averiguá-lo se ele é cósmico, psicológico ou "extensão da alma". Assim, com pensamento teórico de Agostinho (1984), no qual ele defende a inexistência do tempo em si e concebe-o como "extensão da alma", fundamentou-se a compreensão do tempo; Para dialogar com o pensamento agostiniano, Paul Ricoeur(2012), além de outros autores, a expressão de Barros (2012) e Reis (2011). E sobre os métodos e procedimentos, essa pesquisa deu-se em dois momentos: 1) Apropriação teórica, que define o caráter bibliográfico da pesquisa; e 2) Análise das poesias retirando excertos a fim de comprovar a percepção do tempo. Os resultados apontaram que Fernando Pessoa faz uso de escolhas lexicais ao longo das poesias em Mensagem, que permite a denotação do tempo, seja ele cósmico, lógico, da alma ou humano, conforme o pensamento dos autores já mencionados. Além disso, um relevante achado deste trabalho é a narrativa histórica que Fernando Pessoa faz em seu livro, segundo a compreensão de Paul Ricoeur(2012), ou seja, ele mobiliza e seleciona fatos da história de Portugal e entra decididamente no círculo hermenêutico de Ricoeur(2012) representando da forma mais sofisticada possível, o tempo passado, numa tentativa expressa de recuperação e/ou reconstituição do tempo.