Esse trabalho tem por objetivo fazer uma análise das representações a cerca dos povos indígenas no livro didático do 6º ano "Projeto Mosaico: História". Nossa análise parte da concepção do estudioso Allain Choppin, que vê o livro didático como um produto cultural complexo que é produzido e concebido de diferentes formas, em diferentes espaço e tempo. Nesse sentido, faremos uma rápida abordagem sobre a forma como o livro didático se inscreve no contexto pedagógico brasileiro, entendendo que neste contexto, o livro didático consiste numa valorosa ferramenta de democratização do acesso ao conhecimento, garantido pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). Para problematizarmos a forma como os povos indígenas são representados, levamos em consideração as mudanças trazidas pela Lei 11. 645, a qual torna obrigatório o ensino da história e da cultura dos povos afro-brasileiros e indígenas. E para refletirmos sobre o nosso objeto de estudo, utilizaremos o conceito de "representação" do historiador Roger Chartier. A partir das reflexões desse teórico, compreendemos que as representações são carregadas de simbolismo, ou seja, dizem mais do que aquilo que está exposto, carregam sentidos encobertos, que, construídos social e historicamente, se internalizam no inconsciente coletivo e se mostram como naturais, dispensando reflexão. Desse modo, é função do historiador questionar sobre os interesses que estão por trás dessas construções simbólicas.