No Cariri cearense em meados do século XIX prevalecia uma economia agrária vinculadaa diversos tipos de mão de obra como escrava, camponesa e trabalhadores "livres".Durante esse período foram diversas as formas de controle e desclassificação socialdesenvolvida pelas classes dominantes sobre as camadas subalternas. A presente pesquisabusca analisar as relações de trabalho e sociais entre trabalhadores e senhores, assim comotambém as diferentes formas de trabalho e controle social exercida pelas classesdominantes bem como seus discursos proferidos no Cariri cearense desse período.Verificou-se as formas de resistência das classes subalternas. Os objetivos: a) analisar asformas de controle social, os discursos e as práticas hierárquicas; b) identificar e analisaras formas de resistência dos trabalhadores inseridos no mundo rural. A investigação seestabeleceu metodologicamente, a partir da leitura, análise e compilação de dados dasfontes documentais (processos-crimes, inventários post mortem, jornais), bibliografiasreferentes ao tema. A partir da análise desses documentos, foram percebidas as diversasposturas da classe senhorial diante da classe trabalhadora como a utilização do aparatoestatal, como recrutamento forçado e prisões. Essas ferramentas eram utilizadas com ajustificativa de combater a ociosidade, mas ao longo da análise, percebe-se que essesmeios foram utilizados para fazer com que os trabalhadores aceitassem as condições detrabalho no qual eram submetidos, além de manter a hierarquia existente no período. Aolongo da discussão também observamos vários casos de resistência desses trabalhadoressejam eles livres ou escravizados, como fugas, tentativas de assassinar seu senhor,queimar plantações, pequenos roubos.