TERTÚLIA LITERÁRIA: UMA COMPLEXA PROPOSTA DE ABORDAGEM DA LEITURA E REDIMENSÃO DOS PAPEIS DOS SUJEITOS NA E PELA EDUCAÇÃO DIALÓGICA

GILIAN GARDIA MAGALHAES BRITO

Co-autores: GÍLIAN GARDIA MAGALHÃES BRITO e CLAUDIANA NOGUEIRA DE ALENCAR
Tipo de Apresentação: Pôster

Resumo

 

Este trabalho consiste em reflexões sobre possibilidades de mudanças de práticas a partir da inserção de novos processos metodológicos de trabalho em sala de aula, em particular da leitura. Outras práticas que consideram as práticas leitoras (ou ainda letramentos) como atividade social complexa (FRANCO, s/d, GARCIA, 2002, PAIVA e NASCIMENTO, 2009, MORIN, 2007, LEFFA, 2006, 2009, PALLAZO, 1999) nos farão entender que as visões sobre linguagem, leitura e leitor, por exemplo, concorrerão para dimensionar o olhar sobre os sentidos. A partir disso pode-se pensar, por exemplo, nas abordagens:  decodificadora, psicolinguística, interacional, complexa (FRANCO, s/d). É sob a ótica da abordagem complexa sobre a leitura que gostaríamos de tecer reflexões em torno da leitura do texto literário clássico a partir do que as Comunidades de Aprendizagem chamam de Tertúlias Dialógicas Literárias. Disso, abstraímos algumas questões: A leitura dialógica (SOLER, 2001) constitui uma nova postura de entender o texto coletivamente, com diferentes leitores, níveis de proficiência, modos de ler o texto, abordagens distintas. Uma rede complexa de sentidos é estimulada, desde as experiências do contato com o texto às suscitadas a partir da leitura e compartilhamento desse. A experiência de ler o texto sai da dimensão individual para a intersubjetividade, incluindo uma amálgama de experiências e leituras de mundo. Para Paulo Freire, a exemplo do aprendizado da leitura, destitui o caráter mecânico e descontextualizado e nos convoca a pensar o texto a partir de sua abertura ao diálogo sobre e com o mundo (FREIRE, 1984; FREIRE & MACEDO, 1989). A Tertúlia Dialógica Literária predispõe de uma nova postura do profissional da educação. A partir do processo dialógico de leitura do texto literário, a autoridade do professor ou professora ou até mesmo do currículo é tensionada, sob os sentimentos evocados pela leitura coletiva (FLECHA, 1997).