O presente trabalho tem por objetivo fazer um estudo do léxico em três testamentos do século XIX, observando a linguagem empregada em termos relacionados a casamento, filhos legítimos e naturais, como também à posse e distribuição de bens. Os testamentos datam de 1851 a 1863 e encontram-se registrados em um livro de testamentos da cidade de Fortaleza (na época, Província do Ceará), que hoje, pertence ao Arquivo Público do Estado do Ceará. O mesmo livro está passando por um processo de edição, sendo utilizado o modelo semidiplomático com suas normas estabelecidas pelo Grupo de Pesquisa PRAETECE (é válido lembrar que os testamentos escolhidos para este trabalho já foram editados). Além da edição filológica, investigaram-se fenômenos linguísticos lexicais sobre o casamento, filhos legítimos e naturais e sobre a posse e distribuição de bens nos testamentos, considerando assim que tais fenômenos contribuem para o conhecimento de constituição da história da língua portuguesa. Tal estudo aqui presente justifica-se pela compreensão das diversas manifestações da língua de uma época diferente da atual.