Podemos afirmar que mulheres escreviam menos que os homens e que sempre existiram em número menor se tratando de representatividade literária, mas não podemos esquecer que as condições de vida das mulheres sempre foram de limitação à liberdade, à educação, ao político, mas e as mulheres que burlaram a sua constituição biológica considerada frágil e construíram um caminho diferente? A redução da mulher como sujeito histórico traz marcas difíceis de apagar até hoje, mas já não há mais porque ignorar a produção literária de escritoras como Conceição Evaristo, Hilda Hilst, Cassandra Rios, Maria Firmina dos Reis, Gilka Machado, Carolina Maria de Jesus, para citar apenas algumas. Nesse sentido, preenchendo as lacunas deixadas pela história literária tradicional a crítica feminista existe e assumiu o papel fundamental de quebrar hierarquias, pôr em questão o cânone e contribuir para uma nova história da literatura e esta perpassa a história das mulheres. Tratando-se ou não de qualidade se naturalizou a entrada e permanência dos homens na produção literária, que sempre escreveram, publicaram e comunicaram o que quiseram, em detrimento da autoria feminina, que sempre foi deixada à margem ou considerada de forma restrita às mulheres, pois existe um sistema social baseado no poder do macho que enxerga as mulheres que atravessaram esse limite como excepcionais e até mesmo atrevidas, atreveram-se a buscar espaço nos cubículos fechados que as colocavam. Na caminhada de insubmissão o movimento feminista tem participação fundamental, pois através da luta de mulheres a educação tornou-se possível para todas. Para essa discussão, dialogamos com as pesquisadoras Constância Lima Duarte (1995), Zahidé Lupinacci Muzart (2001), Nelly Novaes Coelho (1991), entre outras.